No que compreende minha sensibilidade crítica (longe, também, juízo de valor), desde o primeiro semestre de 2017 o grupo está no mesmo pico de qualidade conceito-execucional que a nata da indústria, junto com os - praticamente todos - atos da SME, PRISTIN, OH MY GIRL, HA:TFELT e a última vida de 4MINUTE.
Essa logística inclui todo o processo artístico de um lançamento, que pode ser exprimido como sendo a identidade do produto. O simbolismo do vestuário, o palco em que acontecem as performances, a direção de arte por trás do clipe, o conteúdo do álbum, o gênero da música, a letra (o conteúdo que quer passar e como ele é passado), as capas, o uso de cada integrante etc.
BLACKPINK, por exemplo, é um estouro de estalinhos pra criar surpresa e fumaça, mas sem muito conteúdo palpável, o que funciona para tirar a razão do público em perceber como são - estilisticamente - um quarto sujo e desorganizado de adolescente. O mesmo vale, e não precisa discorrer muito sobre, TWICE. Por mais maravilhoso que o pensamento aplicado possa parecer, ele não é realmente artigo de grande importância para o sucesso e andamento de um artista, o que não deixa de ser uma brisa calma e refrescante quando há essa atenção aos detalhes. Isso invade o ramo da qualidade sensível do produto (que muitos diriam separar, impessoalmente, o trabalho fordista do que temos como ídolos e o superestimado patamar do que a internet chama de artesão). Tanto calha pra quem é o quê e o quê faça quem. O importante nessa conta é o expoente no qual faz CLC irredutivelmente carregar esse fardo.
Há muito conceito explorado e, longe do que se imagina, eles são - e muito bem, por assim dizer - executados.
[Parênteses]
Nota de gatilho: as milhares de palavras abaixo nem sobre CLC são; se quiser poupar sua vida, passe direto para o fim do parênteses; se for rs ORBIT rs, pode puxar as mangas e preparar o textão nos comentários pra me arregaçar. Esteja avisad. NEXT!
Como esse blogue gira em torno de LOONA, você deve estar se perguntando, pressionando as unhas na palma das mãos: por que elas não se encontram na lista acima? Talvez não venham concordar com esse césio que eu acabo de tirar da bolsa, contudo a qualidade visual de LOONA não me impressiona muito. Não, não é só clipe e nada tem a ver com técnica (nisso DIGIPEDI é espetacular e não há negações quanto). O problema está nos photoshoots, escolha das capas, letras genericamente românticas e, principalmente, na narrativa: de nada importa se temos um milharal de dados canônicos por trás das descrições do YouTube se os clipes são, num geral, farofas prontas entregues em prato raso. São satisfatórios, talvez até possamos dizer que sejam bem temperados, todavia falta o zelo, um tom pessoal e o fator embasbacante. Todos adoramos farofas, porém farofas não são bifes Wellington.
Especialmente, como na conversa recente que tive com minha outra parte da internet, Majinkis, quase toda a videografia da arma de destruição nugu do kpop pode ser retirada sem fazer mal algum para diegese. Sonatine é só um monte de carinha de perdido feita na frente do prédio da HSBC (diga não ao imperialismo, BBC!); Kiss Later é só o clipe óbvio da fórmula de cursinho do DIGIPEDI (que inclui, por exemplo LIAR LIAR, que por aí parece ser mais aventureira pela sorte de vir antes e envolver mares de polêmica), com um bom uso de pixilation pra mascarar tudo; Love&Live é uma bagunça, mesmo que isso - afirmam - seja crucial pra mágica textual da fábula astronômica da porcaria...
Tirando uns três ali na lista dos cento e tantos, é possível esconder e não sentir, já que não passam do esperado na massa do que o cérebro reconhece como o pop coreano. Não se engane pelos bons jogos de câmera e assinaturas visuais chiques, como a auréola de led na fuça de Kim Lip. Os clipes continuam simplórios e totalmente aceitáveis para uma empresa que, apesar do folclore de klapaucius, talvez não tenha realmente tanto dinheiro para gastar. Devemos tirar o chapéu, portanto, por valorizarem qualidade a ponto de nos enfeitiçar nessa lore do dinheiro ilimitado. Clipe em outro país, vestimenta cara patrocinada e o enredo tão vago que derruba Evangelion com um bloco de meio fio, são apenas muletas para mudar o foco das muitas realidades do projeto em construção. Ninguém se importa com os atrasos, as leituras confusas e as decisões empresariais duvidosas quando as captações inesperadas, cores vivas e aparições misteriosas (que risos, quase tudo na frente de painéis alugados na Coréia, longe de fazerem jus aos lugares em que carregam as meninas para gravar) tampam os furos na meia como um sapato. [/parênteses]
Parte 1. Dedo no CLC e gritaria:
O grande de trabalho do controle de danos da publicidade é inserir o comprador numa didática na qual ele não questiona os percalços da obra, que, de LOONA a BLACKPINK, deveriam ser encarados como golpes maestros da economia.
Você não notar que o panelaço por ociosidade de lançamentos do filhote da YGE foi soterrado por Du, Dudu e Edu não te fazem - espectador - ignorante. A alienação sob um produto passa por uma filosofia coletiva muito maior que a opinião individual: os contornos empresariais são bons usos da linguagem do sistema em conjunto a uma leitura fiel (interpretada como foi proposto) do consumidor.
Seguindo essa capsula de raciocínio, portanto, Cube Entertainment não está sendo eficaz na construção de sua gramática? Há muitas análises para isso, pelas particularidades sinérgicas por trás do polo multimídia, que já podemos nos adiantar ao afirmar que, em grande parte: não, *kaboooom* ela está sendo eficaz!
![]() |
Nem a capa emulando um assalariado suicida na recessão econômica foi capaz de causar alvoroço na web. |
Pense que a macro-apropriação de texto funciona da mesma forma: é uma emissão que deve ser recepcionada por um corpo, não necessariamente coincidindo a oferta com a demanda aceptativa.
Mesmo com as falhas relatáveis de CLC (como o nome não compreendendo o que está na vitrine, pincelado em FUTUROS PRIMITIVOS NA MÚSICA), elas foram predominantemente diretas em suas tentativas e o processo de construção característico se fez bastante sólido na trindade de EPs Crystyle, FREE'sadomadoquismo e Black Dress. Isso não significa que o público aceitou ou, pelo menos, desvinculou a dimensão inicial que o grupo carregava, de serem claras como cristal. Bem, lavo minhas mãos ao dizer que elas foram claras até demais.
Esse foi o pontapé para suprir uma necessidade que há tempos não surgia na indústria, que permitiu o público a afundar numa piada interna muito mais interessante: a de que as sete meninas atacavam cada semestre com uma personalidade nova, tornando verossímil o diagnóstico da esquizofrenia comercial.
Parte 2. Joga pedra na YeEun!
Cada página da internet diz que estamos numa era diferente do kpop, que é uma classificatória sem senso nenhum além do temporal. O que a gente pode explorar, todavia, é que de alguns anos pra cá entramos num ciclo de gratuidade no qual o sucesso (ou pelo menos ser arrastado até o fim de seu contrato) se tornou muito mais possível que imaginário.
Mesmo com a diferença absurda de tamanho entre os baobás e fitoplânctons, GIRLKIND e Red Velvet conseguem coexistir sem que um deles seja abortado logo de cara. Grandes empresas, espaço de voz e dinheiro ainda são de grande importância para a multidão (especialmente a trupe geracional do milênio que não se dá o trabalho de caminhar muito para preencher suas vontades recreativas), todavia no segundo em que AOA, Girl's Day ou Stellar foram capazes de ganhar notoriedade, esses se tornaram parâmetros menos rígidos na constatação estacionária de um artista.
A competição genuinamente empática proporcionada pela expansão mundial do mercado (que imediatamente passa a ter tato no suporte de toda a hierarquia fonográfica) se tornou o oposto à normalidade aceita a conta-gotas pelo público, se fazendo plausível a fabricação de um mártir para pôr na fogueira e em seguida canonizar, numa reviravolta às bainhas de Joana D'Arc. O fracasso de um, historicamente, é o apelo feito para que os outros todos possam validar seus sucessos, não importando se esse raciocínio é objetivo, necessário ou justo. Comumente não existe naturalidade (sobre quaisquer parâmetros do que é natural) na indústria. Ela é arquitetada: tem seu próprio tempo, espaço, ótica e narrativa feitas para tirar o individuo comum de seu casulo de horrores da realidade. Leva em sua carga personagens vilanescos, protagonistas, principados, reviravoltas, guerra e destruição.
O episódio acaba ganhando um tom debochado pela escolha da equipe ao qual derrubar. CLC foi promissor em todo o seu pré-debut de performances a céu-aberto ao lançamento de Pepe, talvez excedendo expectativas antes mesmo de serem postas juntas: individualmente no círculo social, associadas ao renome da Cube (que mesmo com todas as suas falhas de relevo DEVE ser encarada como uma grande e manifestada companhia) e preenchendo aparições em clipes e festivais de personalidades consolidadas. Não sendo o bastante, a construção da mídia não esperava que todas as garotas - em especial os filhotes de HyunA e Selena Gomez - fossem algo além do modelo obediente esperado, lançando voz em suas produções e materializando entendimentos sobre o funcionamento dos meios de comunicação.
[Parênteses]
Vale o aviso exonerante de que isso não significa liberdade pessoal ou artística da empresa sobre suas pupilas. A diferença é o mínimo espaço de transição numa quilometragem de barreiras. Não devemos nos iludir sobre o posicionamento de Cube Entertainment no cerne comercial, apesar dessa faísca lítica ser absurdamente espetacular ao lado da rigidez de suas concorrentes. Trouxe, por exemplo, a oportunidade da produção artística de Sorn a arquitetar a imagem trazida com Hobgoblin e o início um videocast Q&A da profissão, de trainee à estreia, numa ótica interna. Com intuitos muito mais grandiosos que o mérito de suas participantes, há a vontade de atingir barateamento de custos, coetaneidade (o que está em moda na visão de garotas de idade similar ao seu público-alvo), treino para promoção ou carreira pós-celebridade e, excelentemente, atingir aquele nicho estranho que preza por uma co-autorialidade e denotação de seus ídolos, como sendo isso o que os tornassem mais humanos e - inevitavelmente - completamente alienígenas. [/parênteses]
Era clara a necessidade de depor alguém grande (porque o valor de choque deve sustentar a causa e encorpar o momento), conjuntamente a uma força não déspota que acarretaria em sérios danos ao equilíbrio empreendedor. O que parece o roteiro de Jogos Vorazes ocupa o laço de similaridade que qualquer narrativa épica de guerra - o poder dos mais fortes sobre a multidão alienada - apreende, com a realidade comum sendo picos coexistentes de pequenos combates mascarados por múltiplos horizontes individuais dos cidadãos.
A partir disso, podemos pensar que bastasse uma rolada de página pelo Dispatch para compreender que o muro de sucesso delas era rígido e estável; uma única pesquisa para escolher outro grupo igualmente surpreendente para cortar os calços. Essa é uma noção pueril dos andamentos, como se o mesmo não tivesse sido feito simultaneamente a muitos outros grandiosos e não tão ameaçadores novatos. Podemos confabular que talvez isso pese no declínio tão rápido de outros rookies extraordinários feito OH MY GIRL e Lovelyz, que nos conduz a perceber: "não é estranho que mesmo com todo o prestígio de Closer, só agora, no estágio mais genérico de produtividade, OMG está sendo - low-key - notado?"; ou então como vigorou tamanho furdúncio sobre Seo JiSoo, convenientemente e maquiavelicamente cimentado na inauguração do conjunto - com lesbianismo, plugues anais, estupro e muito mais -, partindo de um único adolescente raivoso com medo de que o grupo sublocatário intervisse na fama dos OPPAs da Big3? Faz sentido?
A nota de absurdo é tão grande que questionamos os acontecimentos para logo em seguida esquecê-los, porque a humanidade tende a ser extraordinariamente ignorante e isso é o que mais nos aproxima do inverossímil passado nos cinemas. Mesmo que casualmente partisse de uma pessoa e estourasse em incompetentes humores da internet, o escândalo se fez base a um ataque sutil ao êxito do grupo. Rumor agrega rumor e desses CLC também é enlaçado em tramas que o torna vulnerável às perfurações invisíveis que comandam o espaço. A começar por Cube ser ao todo um gato selvagem que rugiu contra seu domador, um traidor competente na ética não escrita das agências musicais.
Parte 3. Um Cavalo de Troia com Rappers Mocreias dentro.
O boato é conduzido por Cube ter surgido de internos da JYP Entertainment, juntamente por girar seu sucesso e suas realizações em torno de HyunA. Para quem abarcou no pop coreano ontem à noite, HyunA foi trainee e estreante pela JYPE no grupo (que vira e mexe aparece em meus textos) Wonder Girls. Desde sempre a garota foi enevoada por fama e rebuliço, vindo de sua beleza às polêmicas hediondas (como ter engravidado e abortado do colega de trabalho problemático, abertamente sabotado em suas tentativas posteriores, Jay Park) nas quais a fez peça essencial para o que foi coroado pior momento da empresa. O que devemos esclarecer é que, embora não fosse anônima, HyunA também não era a rapariga mais espetacular do momento. Ela dividia sua atenção com outros talentos e belezas do mesmo grupo, como Sunmi e Sohee.
Por descontentamento, diferente filosofia ou simplesmente a vontade juvenil de crescer, esse talho presente na JYPE foi desfeito e tomou porte de aprendizados valiosos para erguer o que hoje é uma empresa grande na boca de todos. Colocando numa época em que a malha fina fazia questão de manter os treinados bem nutridos e os iniciantes com os respingos do restante, esse crescimento exasperado encarou admiração e intimidação. Foi inteligente e constrangeu a moral inabalável de um dos pilares da tríade midiática. Ao existir, conduziu também unânime boicote de Park JinYoung e seus aspirantes. Enquanto existir servirá de sacrifício (tanto quanto tomará a atenção dos outros tantos lázaros do combate), não importando quão à margem ou contra-corrente estejam.
Explorando o mesmo baque ao nosso ano, podemos apreender com diferentes olhares o sucesso repentino da nova cartada da Cube, mesmo com toda a acirrada competição ao redor. (G)I-DLE foi a sacada da Cube para a metade de 2017, início 2018.
Diferentemente do que a internet sequer tentou fundar, as seis pitanguinhas não passaram a existir espetacularmente por conta do fracasso de CLC, entretanto foi uma tomada natural para a empresa que guardava em seu calabouço Jeon SoYeon - estrela natural com relevância expirante após participar dos infames e esfingéticos realities da televisão por satélite: PRODUCE 101 e Unpretty Rapstar - e não tomava absurdos novos posicionamentos desde 2015. Foi no ano passado que decidiram retomar a cota de fama carregada pela trainee depois de um longo período amadurecedor de imagem e aprendizados técnicos que reverberariam em sua líder-grandiosidade para a nova equipe.
No milkshake de soda cáustica da primeira temporada de PRODUCE 101, SoYeon injetou grandes momentos de câmera ao revelar seu fluxo competente de rap, a assinatura vocal intermediária entre Jimin de AOA e HyunA (esporadicamente arrebatada pelo clone e colega de empresa YeEun) e a capacidade de compor. Esse espaço ganho inclusive foi o suficiente para negligenciar a exposição de suas outras parceiras de reality, como EunBin - a bonita e qualquer coisa -, que também flutuou pela temporada e de quebra foi arremessada para a decadência do CLC (e inflamou ainda mais o discurso da falta de sentido prático). Todavia, ela não teve a imagem mais angelical que as leituras sobre (G)I-DLE presumem, ao qual que grande passo de seu tempo no programa girou em torno da insegurança de sua imagem pessoal. O talento - como a narrativa propôs - era mecânica para sufocar a falta de beleza. Quem diria, as pessoas apoiaram isso e desencadeou uma roteirização absurda de evento, caindo na foz de estresse que levou SoYeon a curtas de colapso emocional. O choro começou cativo e terminou maçante: a massa quer ver na tevê um drama que pareça real, embora seja facilmente consumido. Não foi o caso, dando a ela um boicote imediato.
SoYeon não é de forma alguma feia, especialmente se lidando com a linhagem de bonecas costuradas à mão do pop coreano, entretanto a queima de seu nome aconteceu e levou a executar o apoio de personalidade. Como passo seguinte, o programa trash das rappers mocreias a incluiu em sua terceira temporada, na qual cultivou o ambiente com sabedoria até chegar à semifinal.
O que não pode ser afirmado é que isso foi capaz de limpar com águas divinas a imagem da pequenina, já que Unpretty Rapstar, ao todo, não tinha a melhor das reputações e não esteve em sua glória durante o terceiro estamento. O tempo vago de SoYeon no caldeirão da Cube até iniciar a interessante-mas-imemorável tentativa solista (com Jelly e Idle Song) serviu para abafar as mágoas sobre uma lembrança nostálgica da garota talentosa que poderia estar no IOI e não esteve, ninguém sabendo o porquê. Isso foi necessário para a eclosão de (G)LaDos, que de muito importa para esse texto missionário, sobretudo por dar nó a uma visão pessimista sobre os acontecimentos.
[Parênteses]
Intervindo com mais uma conspiração, é muito possível que tenha enlace direto da MNET nessa apropriação da garota. Mantê-la na tela seria midiaticamente positivo, independente de como isso afetaria o crescimento da jovem. Ela passou de patinho feio sob a injustiça de valores do público durante PRODUCE 101 a uma legítima rapper no programa que almejava pessoas fora do padrão venusiano que escorassem essa considerada falha ao estigma sócio-cultural através da rispidez estereotípica do hip hop. Sendo planejado ou apenas uma imensa coincidência do conluio começar, calhar e se manter interna à MNET e sua constante necessidade de estourar o valor de choque (ou o absurdismo exponencial da trama), retoma a uma omissão de eventos ignorar os procedimentos pelos quais angariou tamanho poderio efetivado pela retomada de SoYeon aos palcos, o sucesso e personalidade demarcados pela superexposição midiática de um indivíduo no caminho de seu encontro na sociedade.
<Parênteses do parênteses> Viu como esse blog é metafísico, multidisciplinar e intertextual? Pois muito que bem, vou defender o nome (G)-IDLE. É HORRÍVEL (rs), não merece nenhuma passada de pano, contudo ele ser horrendo dessa maneira é espetacular. As pessoas constantemente vão jogar no Google para saber como escreve corretamente ou pelo menos para saber se é igual àquele robô do Portal, marca de odorizador de ambientes, algum vírus de computador que sua mãe descreveu como sendo aterrorizador via mensagem de whatsapp (e que você tem de compartilhar a mensagem com o resto do planeta). Isso é um ótimo gerenciamento de marca. Não duvido que um dia eles cansem e troquem aleatoriamente o nome do grupo, como foi Stellar mudando a nomenclatura a cada dois anos.
![]() |
SoYeon aguardando pacientemente seu resgate. |
Por incrível que pareça, isso pode ter sido parte inevitável do primeiro e estrondoso triunfo da equipe nos programas de auditório. Se você continua pesquisando se elas são alguma doença, inevitavelmente clicará em um artigo ou passará a ver os clipes e conhecerá as bicurinhas. Tudo isso adicionando mais compreensão e apego à equipe. Não é o mesmo método - numa realização diferente - de LOONA compartilhar doze meninas com o seu dia a dia? </parênteses do parênteses> [/parenteses]
A minha conclusão, sobretudo, muito longe de qualquer prova científica dos acontecimentos é a de que o sucesso do impronunciável (G)-IDLE diz mais sobre a trilha de enfraquecimento da empresa que propriamente sua ascensão astronômica. Isso não significa, e que fique bem claro, que a chuva de prêmios na estreia, convite para shows arraigados e toda a comoção na internet tenha sido comprada, arquitetada ou sem validade factual. Não. (G)L-ADE escalando bases é um misto de boas oportunidades e um bom momentum (o resfriamento da imagem de BLACKPINK e falta de novos nomes do modelo Girl Crush até DU-DDU DU-DDU) à especulada trajetória Carrie, a Estranha de elevar os humores de uma peça para fragmentá-la em seguida. Cube é competente, mas já brigou com gente grande demais e se safou com boas rasteiras para ser tratada como café-com-leite. Os muitos boicotes econômicos (lembre-se, é necessário abandonar o tratamento público com a expectação industrial para tomar essa análise pautável) fazem questão de memorar que suas comemorações não são bem vindas, aprimorando a ideia de um efeito estrela-cadente, a que acarreta destruição muito mais significativa ao colecionar memórias vexaminosas à instituição.
Altivo de toda essa mescla de absurdidades, emerge a consciência do quanto exige coragem comercial para manter um grupo que não está sequer no mínimo razoável de vendas. O que abre cômodo para muita interpretação sobre o apego ao grupo ou a agenda por trás de seus lançamentos diz em notas que o nível de qualidade manufaturada requer indubitável atenção. Crystal Clear, junto com (G)-IDLE, HyunA e mesmo as bandinhas masculinas que não conheço muito estão sendo tratados similarmente em primeiro plano. Suas tentativas não foram diminuídas por esses entraves de carreira, aos experimentalismos inconvencionais e homenagens artísticas (seja o uso descritivo do retrofuturismo para especificar subgêneros estético-musicais de TripleH ou o paralelismo cinematográfico de Where Are You? à obra cinematográfica sueca de 1966, Persona) explorados e diluídos na mecânica dissimulada de montagem. O passo agora fica às mãos do público que funciona ao gerir a alimentação do corpo econômico. O interesse faz todo o maquinário girar para dar atenção à necessidade, em medida igual ao que também é gerado pela indústria em si.
CLC em seu cozimento lento está em algum ponto do caminho certo de marcar notoriedade, com todo o murmurinho de falta de linearidade e más decisões empresariais sendo relativas ao orador da discussão. O público permanece requerendo determinados desempenhos e mantendo descuido à aceitação dessas aplicações fora do pino de lugar comum, tamanha odisseia vigorada por Cube e suas crias serem parte da grande e autuada massa. Não durma no talento dessas meninas, ou durma, se quiser. O mundo continuará funcionando sem elas, como também a possibilidade de projeções interessantes serem ofuscadas para dar espaço a mais incoesos movimentos do nicho pop.
Igualmente sem consistência alguma de imagem e de olho na geração mais relapsa imaginável invadindo a onda Hallyu contemporânea,
GUNHELMET
Nota: essa publicação foi escrita há algum tempo, antes dos "escândalos" de humanidades que borbulharam a internet nos últimos dias. A decisão de liberar o texto veio em face da discussão, indiretamente, se mesclar à peculiaridade de num único dia três declarações ridicularizantes (pois atacam a moral dos integrantes, não particularmente a eficiência sistemática do conjunto) espetarem Cube Entertainment, que milagrosamente escapou ao não saber lidar direito com todo o fluxo de danos. Icônico. 😉
Nenhum comentário:
Postar um comentário