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sábado, 1 de junho de 2024

COMPARATIVO: agora que está todo mundo no ar, o projeto LOONA irá se alinhar?

    Como numa previsão do horóscopo, os astros se uniram para trazer o internacionalmente conhecido LOONA de volta. Quer dizer... Fragmentado feito carne moída à espera de virar hambúrguer, que de uma maneira inversamente proporcional trouxe tudo de bom para quem tanto aguardou: fartura de lançamentos independentemente criativos.

 

 

    Desde a despedida à BlockBerry Creative, todo feito do grupo deve ser visto com imensos bons olhos, seja pela luta judicial por graus de igualdades, a vontade de seguir vocações individuais ou mesmo de continuar o projeto em novas ideações. Não há como negar que o que surgiu desde então está a quilômetros de distância do bizarro embargo pátrio da antiga companhia. O que eram 12 solistas com temperos próprios, unidas em células e desencadeadas num gigantesco conjunto multifacetado recomeçou em ligamentos inesperados com os mesmos solos temperados para novos pratos, decisões para desenvolver visões originalmente sancionadas e uma repetição renomeada, atualizada em som e imagem (porém não em verba) para gritar ao público que o projeto ainda existe e tudo é possível com esse mote. Esperanças vindas de todos os lados sem realmente estabelecer um plano razoável para que dê certo.


    Nota: a análise abaixo vale apenas para a data de publicação dessa postagem e incorpora os lançamentos e aparições das integrantes numa crítica geral e breve, sem entrar a fundo em álbuns ou singles.

 

1. CHUU

 

    Começando com o ás do baralho, o próprio Moisés dessa jornada, foi com a briga entre CHUU e BlockBerry Creative que a opinião do público doméstico se vingou a favor do grupo, que batalhava por direitos mínimos trabalhistas negligenciados pela companhia.

    Mesmo ao migrar para a silenciosa ATRP CO.CHUU permaneceu a integrante mais efetiva de todas, com uma carreira estável e relevante a longo prazo. Se voltarmos nossos calendários para 2013, quando foi desenhado o que viria a ser Lovelyz e LOONA, ela tanto poderia se encaixar lá quanto permanecer por aqui. Essa relação é a maior honra a se consagrar, porque enquanto Lovelyz não foi o grupo mais famoso da face da terra, ele definitivamente foi persistente, munido de um catálogo musical divertido, aparições na TV e uma versatilidade total da obra.

    CHUU incorpora tudo isso, especialmente se tratando da versatilidade, sendo associada a aparições cômicas, pequenas viralizações na internet e – o mais importante! – trilhas musicais para os mais diversos objetos. Sua carreira mantém eternamente acesa a chama do fogão, em que cada vez que sua voz é tocada na tela se torna mais cabível de associarem e representarem sua imagem ao lado. Mesmo que esse não seja um método de ataque, a implementação administrativa pela ATRP CO. tem sido funcional para mantê-la no ar. Parabéns Shinji, você entrou no robô! Acima de tudo, isso não impede (e até mesmo incentiva) a, ao estabilizar o nome ao público, produzir experimentações sonoras e musicais. Pura versatilidade!

 

CHUU – CHUU | ATRP CO., Genie Music Corporation
prós.: onipresente + legalmente invencível + batizada contra as forças do mal.
cons.: estável até estagnante - músicas de novela que não cairão num set de dj.
★★★★☆ 4/5
👍


2. ARTMS

 

    ARTMS segue com as surpresas que esperávamos do projeto original: o ar sombrio, um arquivo de referências exclusivo à principal mente criativa (Jaden Jeong) e a bizarra devoção à cantora Grimes, com todos os malefícios que essa associação traz. MODHAUS é uma empresa jovem vestida de terno, com cabeças pensantes que refletem essa proposta e sua temática de exportar o que há de novo em visual e tecnologia.

    Enquanto o novo parece ser delicioso, ele traz consequências precoces da imaturidade (seja ética, sociopolítica, estética) de suas ações e seus objetos de estudo, caindo na malha fina do olho público. Com publicações não revisadas, datas erradas, má mixagem e o uso de tecnologias generativas (a infame "inteligência artificial") para obter ilustrações, o cansaço gerado torna cada vez mais distante a vontade de defender as aventuras que virão a seguir. Que os erros se tornem aprendizados antes de uma implosão, como parece acontecer!

 

ARTMS – HeeJin, HaSeul, Kim Lip, JinSoul, Choerry | MODHAUS
prós.: segue o projeto à risca + som e imagem atualizados para a nova geração.
cons.: carregada por uma empresa amadora.
★★★★☆ 4/5
👍

 

 

3. Loossemble

 

    Do lado oposto, Loossemble aceita e incorpora o baixo-orçamento com sua empresa, CTDENM, sendo o jornalista de shorts embaixo da bancada. É divertido, vivendo a vida aos limites, com gráficos questionáveis e uma lembrança à série B da segunda geração do kpop.

    O grupo junta não exatamente o crème de la crème da formação original (valha: falo isso em termos da popularidade das integrantes para um grupo que já não era lá popular), entretanto o som reflete seus singles originais com a particularidade de imaginar a continuação da história. A inovação é bem-vinda àqueles de ouvidos atentos, porém não alivia a dificuldade de estabelecer fundação pelo novo agrupamento - o oposto do que é visto com CHUU, por exemplo. Joga-se nas cartas a tentativa de, diminuindo e valorizando talentos pouco estabelecidos na formação de 12, achar novos admiradores para acompanhar o projeto.

 

Loossemble – HyunJin, YeoJin, ViVi, Go Won, Olivia Hye | CTDENM
prós.: soube usar suas limitações a favor.
cons.: som e imagem podem parecer ultrapassados para novos espectadores.
★★★★☆ 4/5
👍

 

4. YVES


    Entre extremos de valores e formatos, finalmente chegamos ao entremeio: YVES é o componente diferente e divertido que não abandona o som do momento (tal qual ARTMS), certifica sua integridade artística (feito CHUU) e não deixa de colocar no portfólio maneiras capazes de expressar suas qualidades e capacidades estéticas (como Loossemble). Tudo isso com sucintas e eficazes menções à sua introdução ao grupo original, a fim de equilibrar orçamento (para um selo também iniciante e independente, embora com assistência de empresas maiores) e a unicidade artística.

    Sua aparição, contudo, sofre de uma dificuldade técnica que muito se assemelha à da MODHAUS: na juvenilidade da empresa, possivelmente tratando das cabeças criativas e de uma falta de experiência, os processos são individualmente configurados, sem haver coesão geral entre eles. Na prática, é esse o processo de revisão, que não somente ataca as publicações nas redes sociais mas cada produto desenvolvido. Em particular, e mais importante, a música parece passar por uma mixagem restrita aos produtores das mesmas, sem passar por uma triagem empresarial ou uma masterização final destinada a adequar sua semelhança às outras faixas do álbum. O corpo artístico passa a ser desmembrado, mesmo com todo o esforço e conceitualização de sua gestação.


YVES – YVES | PAIX PER MIL, Warner Music Korea
prós.: artístico, singular e descompromissado.
cons.: empresa fundada em garagem - dependente de fundos externos.
★★★★☆ 4/5
👍

 

    Agora que todos os membros voltaram à ativa, é difícil não fazer relações ou mesmo ansiar a devida união em um robô mecha que enfim chamará a atenção da mídia coreana e retornará o colossal furor internacional difundido pelas mais peculiares maneiras no passado. Ainda falta um grande plano de uniformidade para recuperar essa ideia de fusão, mesmo com as pequenas tentativas baseadas em roupas de mesmo tecido, cabelos descoloridos ou sapatos da Nike.

    Espera-se que esse desalinhamento não sufoque toda a riqueza do que foi entregue até então, com lançamentos imensamente positivos e equilibrados em seus déficits e superávits, ou tampouco seja completamente ignorado, afinal de contas e estranhamente espelhado nos longos anos de formação do projeto, de integrante em integrante, unidade em unidade e batalha a batalha se formou o todo

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