Sem você saber, sem você pedir e sendo o que você precisa, o duo plástico ativista FEMM dá a cara a tapa na internet trazendo bebidinhas e salgadinhos para alimentar a anêmica, eternamente esperançosa, juventude da música. As letras pontiagudas, o classicismo popular desconfigurado e o efeito "não sei o que está acontecendo, mas estou aqui por isso" marcam a assinatura do projeto, que continua seu caminho de maturidade artística no EP dollhouse: uma acentuada, específica e afoita ideologia posta em prática de uma maneira regular e esperada, porém capaz de revelar muitas das verdadeiras cores da sua comunidade de fãs.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2018
sexta-feira, 2 de novembro de 2018
EXO não deixou de ser peão do sistema, contudo Tempo separa o joio do trigo por fazer-se competente no planeta plástico e prostrante de boygroups coreanos
Não importa onde você esteja, quem você seja e o que você curte: depois do debut horrível e uma guinada um tanto estrichada, EXO chegou à estabilidade em que todo lançamento é bem pensado, curado e executado. O normal se agarrou ao top-tier e, embora questionemos muito como a exacerbada fanbase parece se ausentar em discussões importantes sobre o mezanino musical apropriado pelo grupo, EXO lança mão de mais uma cartada competente com a esdrúxula, instantaneamente constrangedora e surpreendentemente crível Tempo.
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
Ser melhor que Dream Girls não significa muita coisa, já que IZ*ONE não casa a manteiga com o pão e entrega seu debut com distúrbios de personalidade.

Se a esperança de um rookie que unisse as culturalmente inconciliáveis nações começou a morrer logo no segundo episódio, a realidade do aguardado debute meses depois não é muito diferente: empunhando armas e atirando para todos os lados da bolha pop, de alguma forma as diplomatas IZ*ONE (아이즈원) prometeram paz dentro de um banho de sangue.
*BoOooOOooooM*
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
Vamos resumir o negócio: o problema de Hurry Up (Feat. BOL4) é que ela cumpre o que propõe.

Não se preocupe: o autor do blog não enlouqueceu e incorporou uma promoção das Casas Bahia - temos aqui as muitíssimas razões pelos quais o despontamento de SOHEE, o dualístico pedaço de couve do grupo ELRIS, tem definitivas qualidades... Que ao passo em que são inexploradas, erradicadas e sumidas numa incidência de singularidade vocal, é legitimamente o problema do lançamento.
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
A favor do porte de armas, neofascistas Weki Meki erram o alvo e assassinam quaisquer chances de erguerem a carreira 🤠
Na internet, juram em bordar nas mangas que o novo single de Weki Meki é uma vitória. Bem, talvez essa seja uma afirmação muito pretensiosa, em que o grupo continua numa plataforma desnivelada da série de coitos interrompidos de decisões empresariais. Com muito potencial escondido - inclusive em Crush -, o césio radioativo pós-IOI prossegue com decisões sonoras ousadas, contemporâneas e, acredite: embaladinhas nos pacotes mais arcaicos possíveis.
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
Através de narrações parnasianas sobre a vida, iU incorpora Sky Ferreira para destruir o planeta Terra com uma música chata
IU entrou no magnânimo estado do ópio da fama em que nada a atinge - talvez porque o cataclismo controlado da personagem a estruturou de uma forma sequer realista pra humanidade -, em que agora cabe a ela, tirando do bolso o carisma que rende milhões, utilizar seu poder para experimentar na física da música os modos de pontuar com juízos de valor a sociedade que a elevou. Comemorando seus 10 anos de fabricação, a vocalista traz aos ânimos a mais politizada e carismática diss-track refinada pela excelência visual que só a Coreia é capaz de prover. Eminem apenas sonha com tamanha sublimação:
REVIEW: Não Para Não assegura o poder do brpop... Que de alguma forma é combatido por nós brasileiros
Feito uma pluma louca diante de um ventilador, a internet deu sua reviravolta com o ponteiro do relógio anunciando um novo dia e o lançamento do segundo álbum de estúdio de Pabllo Vittar, Não Para Não. Contudo mesmo a polvorosa da web esconde uma negligência sobre o pop brasileiro corrente em que, apesar da qualidade indiscutível, mantemos uma pobreza de intelecto sobre nossa indústria fonográfica.
Entenda o porquê:
Entenda o porquê:
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
REVIEW: mesmo com todos os problemas de sempre, Japamyu segue como um dos lançamentos mais divertidos de Kyary Pamyu Pamyu
Do surpreendente alarde de definhar o cenário pop japonês pelas crias de Yasutaka Nakata, nessa quarta-feira, dia 26, o quarto e tão polêmico álbum de Kyary Pamyu Pamyu arrebentou as barragens da internet para atiçar o fogaréu das fãs póstumas do estilo acumulador do DJ. Com toda a reflexão das últimas semanas, pudemos lavar as mãos e aceitar os benefícios desse seu momento displexo. Contudo, a dúvida não foi sanada: o novo som homeopático do produtor trouxe alguma melhoria para a tralha discográfica da sua menina-dos-olhos?
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
REVIEW: Future Pop medita com sinceridade sobre o futuro de Perfume - e da música mainstream global
Essa é uma revisão um tanto atrasada, contudo tenho de admitir que também estive muito atrasado para ouvir isso, já que apesar do meu grandioso amor por Nakata - que aparentemente é a nova pauta permanente do blog -, não estive empolgado por sua atual era de mixagens: jurava ser muito básica, american-based e com uma infortuna semelhança aos trabalhos pouco imaginativos do jockey russo-alemão ZEDD.
Apesar disso, era questão de eventualidade escutar esse álbum, em vista de que (o que se pode ser chamado como) minha longa amizade com o grupo não findaria em uma dupla de decisões musicais duvidosas ao lado de todo o brilhantismo construído na carreira das três meninas. Colando isso ao meu novo chamego com o serviço de streaming Spotify, Future Pop teria sua justiça em meus ouvidos durante minha viagem ao interior de Minas Gerais.
Após duas sessões cabo-a-rabo, com bom hiato reflexivo entre elas, eis meu veredito:
Apesar disso, era questão de eventualidade escutar esse álbum, em vista de que (o que se pode ser chamado como) minha longa amizade com o grupo não findaria em uma dupla de decisões musicais duvidosas ao lado de todo o brilhantismo construído na carreira das três meninas. Colando isso ao meu novo chamego com o serviço de streaming Spotify, Future Pop teria sua justiça em meus ouvidos durante minha viagem ao interior de Minas Gerais.
Após duas sessões cabo-a-rabo, com bom hiato reflexivo entre elas, eis meu veredito:
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
O cometa Kyary: a explosão e fracasso de uma das maiores aberturas da indústria fonográfica japonesa para o resto do planeta
Se você não esteve a par da deliciosa bagunça ao redor da aparição, ascensão e - velocíssima - queda da carreira de Takemura Kiriko - a iconoclasta parnasiana Kyary Pamyu Pamyu -, ao lado de uma das fases mais burlescas e conspiratórias da indústria sonoplástica japonesa, é porque provavelmente em 2011 havia um mundo muito diferente na internet para se prestar atenção: o YouPix era relevante, a Jovem Pan mantinha algum tipo de integridade (ou o que é que considerávamos e deixávamos passar por dignidade naquela época) e o sentimento derrisório estava em todos os cantos: arquétipo dos memes em quadrinhos, 9GAG, expansão doméstica do facebook e aterros virais brasileiros feito Não Salvo e Ñ.Intendo.
Ainda assim, mesmo a um ermitão da web, o intricado momento foi grande demais para sequer não viajar como ondas energéticas: contra todas as possibilidades, uma abertura massiva dos mercados culturais asiáticos que arrombou a complexa linha mercadológica autossustentável ao ponto de chegar com instigantes curiosidades do outro lado do mundo - e aparecer na vida cotidiana pela moda, pela música e pelo... Fantástico. *Plim plim*
Ainda assim, mesmo a um ermitão da web, o intricado momento foi grande demais para sequer não viajar como ondas energéticas: contra todas as possibilidades, uma abertura massiva dos mercados culturais asiáticos que arrombou a complexa linha mercadológica autossustentável ao ponto de chegar com instigantes curiosidades do outro lado do mundo - e aparecer na vida cotidiana pela moda, pela música e pelo... Fantástico. *Plim plim*
terça-feira, 4 de setembro de 2018
Minissérie da Globo inspira o kpop e faz de Sunmi a nova musa do axé
A estranheza do libertador debut de Lee Sunmi das paredes artificialistas da BIG3 foi a exímia compositora não pôr as mãos em nenhuma das faixas de suas duas primeiras tentativas. Se no começo evaporava um sentimento de preguiça e desacato (porque no fundo a gente realmente quer - apesar de todo o discurso falacioso da web - ver tentativas mais reais e naturais de ídolos (independente da colocação como artista, que sejamos sinceros, carrega todo mundo), que somam praticidade quando vindas deles mesmos.
sábado, 25 de agosto de 2018
COLOCAÇÕES SOBRE O RECORDE DE BTS - em que talvez a comemoração tenha vindo cedo demais

Se nem o vazio lírico existencial da música foi capaz de criar algum senso para as ARMYs, talvez essa conversa venha a calhar: a festa na web provavelmente não guarnece muita dignidade. Vamos explicar o porquê:
sábado, 4 de agosto de 2018
Conspiração, Lixão e Catástrofe: o raio X da carreira nu'clear de CLC
Há uma fragilidade no discurso de fracasso do CLC que concorda com a falta de vontade do público de sair de um mesmo argumento desse debate. Se elas não sucedem, não é pela falta de polêmica, qualidade sonora, rostos bonitos, personalidades esquisitas, aparições na mídia, idealismo, talento ou zona de competição no espaço musical. Temos tudo isso, então, o que é que sobra? Vista seu cinto espacial, prepare para o embalo e embarque comigo na fantástica jornada do "não sabemos o que está acontecendo, porém parece que tem nosso dedo nisso".
sexta-feira, 13 de julho de 2018
Futuros primitivos na música
É relativamente fácil compartimentar em cabines a moda e a música de uma década, muito provavelmente porque quem analisa a analisa de fora, numa perspectiva paralela ao eixo, que ignora de fato a vivência na época... Ou, contrariando essa visão relativamente juvenil, específica da nova geração, nos encontramos em uma era em que nada - especialmente o pop massivo - parece suficientemente forte e distinto para se conectar num círculo estético.
quinta-feira, 14 de junho de 2018
love4eva (feat. Claudia Leitte) não mudou o mundo... que também não precisava ser mudado

A grande barragem reativa que estourou com o anúncio - artístico, prepotente e completamente fora do planeta Terra - de YYXY foi a de que elas carregariam um monólito de maturidade e inovação para o som do grupo. Enquanto na cabeça da internet love4eva seria a possessão do Black Sabbath no corpo de quatro adolescentes de 1,50m, deparar com a realidade da fórmula LOONA, competente e repetida até então, sendo explorada no carro-chefe do álbum trouxe sentimentos incoerentes de frustração dos fãs.
Que som é esse esperado + por que ele não era razoável no debut da unit?
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018
ESQUEÇA O QUE A FANBASE DISSE: Bad Boy não traz empoderamento algum a Red Velvet

Se Jesus multiplicou os peixes e juízes brasileiros conseguem multiplicar seus salários, é óbvio que eu iria render minhas pitangas à base do bland & belo Bad Boy. Chame a fanbase toda, tire o sorvete da geladeira e embarque na rasa e nada convincente teoria de que
Bad Boy é o oposto de todo o discurso grrl power desenrolado no Twitter.
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